OS RISCOS DO USO INDISCRIMINADO DE ANABOLIZANTES

Os anabolizantes pertencem a um grupo de drogas que tem indicação muito precisa na medicina. Infelizmente, nas últimas décadas, passaram a ser utilizados por rapazes e moças interessados em esculpir uma forma física que obedece a padrões rígidos ditados pela moda. O uso indiscriminado e sem controle médico dessas substâncias  tem gerado problemas graves de saúde, morte inclusive, em gente muito jovem.
Grande parte dessas drogas é vendida nas academias e entra no Brasil de maneira ilícita, sem que se saiba exatamente de onde vêm nem como são fabricadas. Na pressa de conseguir o efeito desejado, muitos a utilizam em doses absurdamente altas que interferem no equilíbrio geral do organismo.

Por falta de informação ou apesar dela, os jovens continuam correndo atrás dos anabolizantes cuja comercialização transformou-se numa atividade clandestina e muito lucrativa.

Como os anabolizantes agem no organismo?
A principal ação é o aumento de água no interior das células musculares. O inchaço, associado à malhação, faz com que os músculos cresçam mais rápido. Mas essa é apenas uma das mudanças provocadas pelas "bombas". Mais corretamente chamadas de esteróides anabolizantes, elas são drogas artificiais, cujo ingrediente-chave é uma imitação da testosterona, o principal hormônio masculino. Existem mais de 20 tipos de anabolizantes, para uso oral ou injetável. Depois de entrar no organismo os esteróides invadem certas células - como as musculares e as do fígado - e provocam alterações bioquímicas.
Nos músculos, além de reter líquidos, os anabolizantes aceleram a atividade metabólica , além disso podem provocar  o crescimento de barba, acne, calvície, hipertrofia do clitóris (em mulheres, obviamente), engrossamento da voz e certa agressividade.
 "As drogas incrementam o anabolismo, que é a fase pós-exercício, em que o corpo repõe a energia e reconstrói as células degeneradas", diz o médico Bernardino Santi, coordenador estadual de doping da Confederação Brasileira de Futebol. Se o sujeito pegar pesado na academia, pode ganhar até oito vezes mais massa muscular do que um malhador normal. A "mágica" custa caro para o organismo. Os efeitos colaterais são devastadores e podem levar à morte.

Outros efeitos

Efeito muito corriqueiro do uso de esteróides anabolizantes é o aumento da pressão arterial. Também ocorrem alterações deletérias no colesterol, e aumento do risco de doenças cardiovasculares (arritmias, insuficiência cardíaca congestiva, e até morte súbita por parada cardíaca).
Outro efeito comum dos esteróides é a ginecomastia, ou seja, desenvolvimento dos mamilos no homem. Muitas vezes é de tratamento cirúrgico. Se utilizados em adolescentes, podem provocar também a parada do crescimento, visto que promovem o fechamento da placa fisária, espécie de cartilagem situada nos ossos, através da qual estes crescem.

Independentemente dos efeitos virilizantes, o uso crônico de substâncias derivadas do hormônio masculino, salvo em portadores de deficiência desse hormônio, levam de alguma forma à impotência  e infertilidade pela diminuição dos hormônios  hipofisários FSH e LH (que no homem estimulam o testículo à produção de testosterona), com conseqüente  atrofia testicular, por vezes irreversível.
Este mecanismo chama-se feedback negativo, e é como o organismo controla a produção de testosterona. Níveis altos desta inibem a hipófise, e cai a produção de FSH e LH, assim indiretamente diminuindo a produção de testosterona, causando a auto-regulação. A entrada do análogo da testosterona desregula tal feedback, e o testículo para de receber estímulo, causando os efeitos colaterais.
Além disso, pode provocar o câncer de próstata, de fígado e ósseo; a rigidez muscular que normalmente provoca fraturas espontâneas; as lesões articulares, musculares e de tendão, pois estes não se adaptam rapidamente à força muscular adquirida.

Essas conseqüências passam a aparecer com maior freqüência, visto que, o uso do  hormônio masculino, para se obter os resultados almejados deve ser utilizado em ciclos crônicos e contínuos, pois seus efeitos são efêmeros e fugazes.

Outro hormônio utilizado como anabolizante é o GH (Hormônio do crescimento), que, em pessoas sem deficiência deste, pode levar ao aumento da glicose, ocasionando a  diabetes mellitus secundária, crescimento de partes moles e ósseas (mandíbula, pés, mãos, etc.), hipertensão arterial e problemas cardíacos, muitas vezes irreversíveis devido ao aumento do coração.

Cuidado também com os suplementos


Também muito divulgado em academias é o uso de suplementos alimentares com abuso de derivados protéicos, como por exemplo, a creatina, compostos vitamínicos, composto de aminoácidos, etc. Podem provocar uma sobrecarga renal devido ao fato dos aminoácidos serem excretados pelos rins.
O que queremos para esses jovens é a pergunta que torno a fazer. Queremos que sejam saudáveis, alimentem-se bem, façam esporte e musculação na medida adequada, sem a utilização de anabolizante o que obviamente lhes proporcionará maior chance de vida feliz.



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