FIBROMIALGIA




O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono . No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Por vezes problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite” era estabelecido. Isso porque acreditava-se que houvesse o envolvimento de um processo inflamatório muscular, daí a terminação “ite”. 


Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. O que não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de seqüela. No entanto a fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas. Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento. 


Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais. Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe ou um acidente de carro, podem estimular o aparecimento dessa síndrome. Por outro lado, os sintomas de fibromialgia podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor. 


TRATAMENTO


Os antiinflamatórios bloqueiam a ação de prostaglandinas, que são substâncias que veiculam a dor e a inflamação. 

Na fibromialgia os antiinflamatórios não são muito eficazes, porém auxiliam no controle da dor quando em associação com outros medicamentos. Atuam também em sintomas associados à fibromialgia como a tensão pré-menstrual, cefaléia e dor articular. 

Recomenda-se que os antiinflamatórios sejam usados na fibromialgia na abordagem de queixas dolorosas mais proeminentes. Quando são prescritos de forma contínua, o paciente deverá fazer controle das células sangüíneas, função hepática e renal periodicamente. Atualmente existem apresentações em gel ou emplastros que podem ser aplicados sobre a pele, no local da dor. 

Os antiinflamatórios apresentam efeitos colaterais possíveis, em especial quando são usados de forma contínua. Dentre esses destacam-se os efeitos gastrointestinais, a retenção hídrica, toxicidade hepática e renal, sem falar nos fenômenos alérgicos cutâneos e no risco de desencadear crise de asma. 



Em contraste, medicamentos que agem exclusivamente na dor, como anti-inflamatórios e analgésicos, são menos eficazes. Estes últimos, porém, podem ser usados em associação com os antidepressivos, potencializando seus efeitos contra a dor.



Exemplos de medicamentos de ação central que podem ser usados no tratamento da fibromialgia:
- Fluoxetina 
- Paroxetina
- Ciclobenzaprina
- Amitriptilina
- Gabapentina
- Pregabalina



Os antidepressivos tricíclicos estão disponíveis há mais de 40 anos e constituem a primeira escolha na abordagem da fibromialgia. Trazem benefício a curto prazo, em geral nas duas primeiras semanas de tratamento. 

Os antidepressivos tricíclicos possuem ação analgésica indireta, não causam dependência e não possuem efeito narcótico. Promovem aumento da quantidade de neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina. Isso resulta em aumento na quantidade de sono profundo, favorecimento da transmissão neuronal mediada por serotonina, potencialização da ação analgésica das endorfinas e relaxamento muscular. 



É importante saber que, se por um lado a fibromialgia não é uma doença que acarrete risco de morte ou cause deformidades, por outro, os sintomas podem ser incapacitantes, determinado uma péssima qualidade de vida ao paciente. Pacientes com fibromialgia costumam ter uma qualidade de vida muito ruim se não tiverem o diagnóstico estabelecido e não estiverem sob tratamento.

A maioria dos pacientes com fibromialgia vive com os sintomas durante anos até o diagnóstico ser finalmente feito. Durante a investigação, estes pacientes costumam passar por dezenas de exames e múltiplos especialistas. Alguns pacientes acabam sentindo-se rejeitados pelos médicos, enquanto outros temem que uma doença fatal oculta acabe por ser encontrada. 



Com o correto diagnóstico e tratamento, a longo prazo, mais de 2/3 dos pacientes com fibromialgia mantém-se ativos e referindo pouca ou nenhuma interferência da doença no seu dia-a-dia.



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