DEPRESSÃO: O MAL DO SÉCULO


A depressão é uma doença "do corpo como um todo", que compromete seu corpo, humor e pensamento. Ela afeta a forma como você se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.

Uma doença depressiva não é uma "fossa" ou um "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza ou uma condição que possa ser superada apenas pela vontade ou com esforço.

As pessoas com doença depressiva (estima-se que 8% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem simplesmente recompor-se e melhorar por conta própria. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão.

Depressão é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste. 


Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:
  • Perda de energia ou interesse;
  • Humor deprimido;
  • Dificuldade de concentração;
  • Alterações do apetite e do sono;
  • Lentificação das atividades físicas e mentais;
  • Sentimento de pesar ou fracasso.
Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
  • Pessimismo;
  • Dificuldade de tomar decisões;
  • Dificuldade para começar a fazer suas tarefas;
  • Irritabilidade ou impaciência;
  • Inquietação;
  • Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer;
  • Chorar à-toa;
  • Dificuldade para chorar;
  • Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
  • Dificuldade de terminar as coisas que começou;
  • Sentimento de pena de si mesmo;
  • Persistência de pensamentos negativos
  • Queixas frequentes;
  • Sentimentos de culpa injustificáveis;
  • Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual.

As doenças depressivas manifestam-se de diversas maneiras, da mesma forma que outras doenças, como, por exemplo, as do coração. Abaixo descreverei três tipos mais freqüentes de doenças depressivas. Entretanto, dentro deles, ocorrem variações quanto ao número, gravidade e duração dos sintomas.

A depressão maior caracteriza-se por uma combinação de sintomas que interferem na capacidade de trabalhar, dormir, alimentar-se e desfrutar de atividades anteriormente consideradas agradáveis pela pessoa. Estes episódios depressivos incapacitantes podem ocorrer uma, duas ou várias vezes durante a vida.

Um tipo menos grave de depressão é a distimia, que envolve sintomas crônicos e prolongados, não tão incapacitantes, mas que impedem a sua plena capacidade de ação ou que você se sinta bem. Às vezes, pessoas com distimia apresentam também, episódios de depressão maior.

Outro tipo é o distúrbio bipolar, antigamente denominado doença maníaco-depressiva. Não é tão freqüente quanto as outras formas de doenças depressivas. Caracteriza-se por ciclos de depressão e euforia ou mania. Estas oscilações de humor, em geral, ocorrem gradualmente; porém, às vezes, são abruptas e acentuadas. Tanto no ciclo depressivo, quanto no ciclo maníaco, você pode apresentar alguns ou todos os sintomas correspondentes a cada um desses ciclos, relacionados no tópico seguinte. A mania, em geral, afeta o pensamento, o julgamento (senso crítico) e o comportamento social, causando graves problemas e constrangimentos. Por exemplo: uma pessoa em fase de mania pode tomar decisões profissionais ou financeiras insensatas. O distúrbio bipolar frequentemente é uma condição crônica recorrente (ocorre repetidamente).


Além dos tipos que citei acima existe também uma depressão comum entre as mulheres gestantes que é a depressão pós-parto.

A depressão pós-parto é uma doença, uma forma de depressão propriamente dita, e é chamada assim sempre que iniciada nos primeiros 6 meses após o nascimento do bebê. “Assim como a maioria dos transtornos psicológicos, os sintomas são tristeza, baixa autoestima, isolamento social, distúrbios de sono e alimentação, culpa, desinteresse sexual, irritabilidade e ansiedade”, explica a psicóloga Ana Cristina Fraia.

As alterações hormonais que acontecem no corpo da mulher durante todo o período da gestação e a mudança de vida logo após o parto são alguns dos principais fatores responsáveis para a apresentação dos primeiros sintomas.

Segundo a especialista, uma das evidências mais claras da depressão pós-parto é a incapacidade da mãe de cuidar do filho, por motivos como choro constante do bebê, insegurança de trocar, dar o peito e fazer dormir, por exemplo. “Não existe tempo médio de duração para essa doença, mas quanto antes diagnosticado o problema e iniciado o tratamento, mais rápida será a remissão dos sintomas”, explica.

“A depressão pós-parto pode ser evitada. É necessário identificar fatores de risco, como depressão anterior, conflitos conjugais, ausência de suporte social, falta de apoio do pai da criança ou dos próprios familiares durante a gestação e até se a gravidez foi planejada ou não”, esclarece a psicóloga.



AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E TRATAMENTO

O primeiro passo para se iniciar um tratamento apropriado são os exames físicos e psicológico com os quais se pode determinar se você tem uma doença depressiva e de que tipo. Certos medicamentos e algumas doenças podem causar sintomas de depressão, e o exame médico pode verificar estas possibilidades através da entrevista e dos exames físicos e laboratoriais.

Uma boa avaliação diagnóstica também deve incluir a história completa dos seus sintomas, como, por exemplo, quando começaram, há quanto tempo duram, qual a intensidade deles e se já ocorreram antes, e, neste caso, se você fez tratamento e de que tipo. Seu médico deve perguntar sobre o uso de álcool e drogas, e se você pensa em morte ou suicídio. Além disso, a avaliação deve incluir perguntas sobre a ocorrência da doença depressiva em seus familiares, e eventuais tratamentos que eles possam ter recebido para depressão e qual sua eficácia.

O tratamento de escolha dependerá do resultado da avaliação. Existe uma variedade de medicamentos antidepressivos e de psicoterapias que podem ser empregados para tratar distúrbios depressivos. Algumas pessoas se dão bem com psicoterapia e outros com antidepressivos. Há os que reagem melhor com a combinação dos dois tratamentos: medicamento para obter alívio relativamente rápido dos sintomas e psicoterapia para aprender maneiras mais eficazes de lidar com problemas diários. Dependendo do diagnóstico e da gravidade de seus sintomas, você poderá receber medicamentos e/ou ser tratado com uma das formas de psicoterapia reconhecidamente eficazes no tratamento da depressão.


AJUDANDO-SE A SI MESMO

Os distúrbios depressivos fazem você se sentir exausto, desvalorizado, desamparado e sem esperança. Estes pensamentos e sentimentos negativos fazem com que algumas pessoas queiram desistir de tudo. É importante compreender que a visão negativa faz parte da depressão e não reflete, de forma exata, sua condição. O pensamento negativo desaparece quando o tratamento começa a surtir efeito. Neste meio-tempo, recomendam-se algumas atitudes:

-Não se imponha metas difíceis e nem assuma demasiadas responsabilidades.
-Divida as grandes tarefas em tarefas menores, estabeleça algumas prioridades e faça apenas o que puder e do modo que puder.
-Não espere demais de si mesmo; isto só aumentará sua sensação de fracasso.
-Procure ficar com outras pessoas; geralmente é melhor do que ficar sozinho.
-Participe de atividades que possam fazer você se sentir melhor.
-Você deve tentar praticar exercícios leves, ir ao cinema, a jogos ou participar de atividades sociais ou religiosas.
-Não exagere ou se preocupe se o seu humor não melhorar logo. Isso às vezes pode demorar um pouco.
-Não tome grandes decisões, tais como mudar de emprego, casar-se ou divorciar-se sem consultar pessoas que o conheçam bem e que possam ter uma visão mais objetiva de sua situação. Resumindo, é aconselhável adiar decisões importantes até que sua depressão tenha desaparecido.
-Não espere que sua depressão passe de um momento para o outro, pois isso raramente ocorre. Ajude-se o quanto puder e não se culpe por não estar "cem por cento".
-Lembre-se: não aceite seus pensamentos negativos. Eles são parte da depressão e desaparecerão à medida que sua depressão responder ao tratamento.




A FAMÍLIA E OS AMIGOS PODEM AJUDAR

Como a depressão pode fazer com que você se sinta exausto e desamparado, você desejará e provalvemente necessitará de ajuda de outras pessoas. Entretanto, quem nunca sofreu um distúrbio depressivo pode não compreender completamente seus efeitos.

As pessoas não têm a intenção de magoá-lo, mas poderão dizer e fazer coisas que magoam. É interessante que as pessoas que lhe são mais próximas leiam esta matéria para que possam compreendê-lo melhor e ajudá-lo.

AJUDANDO AO DEPRIMIDO

A coisa mais importante que alguém pode fazer por uma pessoa deprimida é ajudá-la a se submeter a um diagnóstico e a um tratamento adequados. É importante encorajá-la a continuar se tratando até que os sintomas desapareçam (após várias semanas), ou a procurar um tratamento diferente, se não ocorrer melhora. Às vezes, pode ser necessário marcar uma consulta e acompanhá-la até o médico, bem como verificar se ela está tomando a medicação corretamente.

A segunda coisa mais importante é oferecer-lhe apoio emocional. Isto envolve compreensão, paciência e encorajamento. Procure conversar com a pessoa deprimida e escute-a com atenção. Não menospreze os sentimentos expressos, porém chame a atenção para a realidade e ofereça esperança. Referências a suicídio são importantes. Devem sempre ser relatadas ao médico.

Convide a pessoa deprimida para caminhadas, passeios e outras atividades. Insista delicadamente se seu convite for recusado. Encoraje a participação em atividades que anteriormente lhe proporcionavam prazer, como passatempos, esportes, atividades culturais ou religiosas, porém não a force a assumir rapidamente muita responsabilidade de uma vez. O deprimido necessita de distração e companhia, porém cobrar demais dele pode piorar-lhe a sensação de fracasso.

Não acuse o deprimido de se fingir de doente ou de ser preguiçoso, nem espere que ele melhore de uma hora para a outra. Com o tempo e tratamento adequado, a maioria das pessoas com depressão melhora. Tenha isto em mente e procure reafirmar à pessoa deprimida que, com o tempo e ajuda, ela se sentirá melhor.


Então peço que todos prestem um pouco mais de atenção a esta patologia, pois por muitas vezes as pessoas acham que o paciente está na verdade fingindo ou com algum tipo de manha, mais a depressão é séria e deve ser tratada com seriedade e compreensão , ajude!!!!










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